Tais posturas contrastaram com a realidade do espírito humano, assim demonstraram os filhos e netos dos Iluministas, os Românticos. A inquietude destes foi o produto quase matemático dos pressupostos criados por seus ancestrais.
Na busca de seu equilíbrio o homem tem a necessidade de sentir-se ancorado a uma base sólida, na formação da qual ocorrem diversos componentes: o afeto individual, o contentamento consigo mesmo, sua inserção na sociedade, mas junto a estes a sua continuidade cultural.
O banimento, sem meio termo, de tudo que carregava as costas, experiência, tradição, crenças, provocou um voto espiritual, um arrependimento e um incômodo, não muito diferente daquele provado pela criança que foge da saia materna. Foi como romper cada vínculo com a terra materna e encontrar-se em uma ilha perdida em meio ao Oceano da História sem quaisquer vínculos ou semelhantes.
Não é por acaso que nos delongamos neste importante capítulo da humanidade. Não poderíamos dispor de exemplo mais oportuno para ilustrar e evidenciar um princípio que há muito trazemos no coração: a continuidade com o passado, com tudo isto que nos antecedeu, com o esquecido através dos séculos, fatos ocorridos e pessoas que fizeram a história, as quais criaram a nossa civilidade, nossa maneira de pensar, nossa personalidade ou simplesmente, nos criaram.
Surge uma exigência inevitável do espírito humano, enraizado dentro de nós com a mesma força de outros sentimentos universais e eternos, com amor e trazendo aquele impulso de conquistar sempre coisas novas.
Não vemos nenhuma contradição em projetar nosso futuro moderno e o desejo, ou melhor dizendo, a necessidade de reconstruir nosso passado.